Como eu faço para saber se meu cavalo está contaminado com o vírus da Anemia Infecciosa Eqüina (AIE)?

Por ser uma doença contagiosa e por existir animais infectados sem sintomas aparentes, é necessário realizar ensaios de diagnóstico para a detecção dos animais infectados com o vírus da Anemia Infecciosa Eqüina.

O ensaio oficial reconhecido pela OIE (Office International des Epizooties) para trânsito e transporte de animais é a imunodifusão em gel de ágar (AGID). Este é o ensaio aceito oficialmente no Brasil e atende o Programa Oficial Nacional de Sanidade Eqüina do Ministério da Agricultura.

O ensaio AGID possui alta especificidade, facilidade de execução, e alta sensibilidade. No teste, há a difusão radial das moléculas do antígeno e do anticorpo no ágar, que ao se encontrarem há a ligação do antígeno ao seu anticorpo específico, precipitando e formando uma linha visível.

O produto Bruch utiliza a proteína p26 como antígeno nos ensaios, por ser uma proteína estrutural interna do vírus que é estável e não apresenta mutações entre as diferentes amostras. O soro padrão positivo se coleta de soros conhecidos de cavalos infectados pelo vírus da Anemia Infecciosa Eqüina. O soro deve apresentar a reação de identidade na imunodifusão com um soro padrão conhecido.

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Adagri fecha cerco contra Anemia Infecciosa Equina

Quixadá. Técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri) estão fechando o cerco no controle de sanidade animal em Quixadá. A cidade é conhecida pela tradicional comercialização de animais na região Centro do Estado. Mais de 40 cavalos e éguas já foram sacrificados desde o início do ano neste município. Apresentavam Anemia Infecciosa Equina (AIE). Além de contagiosa, a doença não tem tratamento. Aúnica alternativa para o controle é a eliminação das espécies contaminadas.

De acordo com a gerente da unidade da Adagri em Quixadá, médica veterinária Ana Gláucia Gonçalves, os animais sacrificados são anestesiados e em seguida recebem injeção letal de cloreto de potássio. “O processo não causa sofrimento, é indolor e humanitário”, garante. Em seguida, é necessário enterrar ou incinerar o bicho. Mesmo morto, qualquer contato de animais da mesma espécie pode transmitir a enfermidade incurável, conhecida como “aids dos cavalos”. A infecção é detectada por meio de exame de sangue.

Para não arcarem com o prejuízo, muitos criadores, principalmente proprietários de cavalos e éguas, estão tentando passar o problema para a frente. Estão vendendo os animais antes da chegada dos técnicos da Adagri. A denúncia é feita pela veterinária. Por isso, ela orienta os interessados em adquirir equídeos a exigirem o resultado dos exames. A emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA), necessária para o transporte de um lugar para outro, é feita com a apresentação do resultado.

O agricultor e criador Juarez da Cunha Maia sentiu esse problema na pele. Ele mesmo chamou a equipe da Adagri quando recebeu o resultado do último exame. Em seu rebanho, quatro equídeos foram sacrificados devido à contaminação. Não foram poupados animais com valor comercial superior a R$ 7 mil. Não bastasse as perdas na roça, o pecuarista, que reside na comunidade de Buenos Aires, na zona rural de Quixadá, acumula prejuízo superior a R$ 20 mil. Embora pudesse vender os animais, mais barato, preferiu atender as orientações oficiais.

Doenças Infecciosas dos Equinos e Asininos

Em tempos recentes a A.I.E. (anemia infecciosa eqüina), tem sido apelidada de AIDS eqüina. De fato ela tem alguma semelhança com essa doença, é transmitida por um virus presente no sangue e nas secreções corporais, é doença incurável e geralmente fatal, não existindo, vacina ou tratamento para seu combate. No entanto, entre elas existem diferenças bem marcadas.

Para começar, o virus da AIE é muito menos conhecido do que o da AIDS, ainda não tendo sido identificado o grupo ao qual pertence. A AIE é transmitida pela picada de insetos; o que felizmente, não é o caso da AIDS. Distinguimos quatro formas básicas da AIE: a aguda, a sub-aguda, a crônica e a latente.

Da forma aguda, os animais recém contagiados podem evoluir para a forma super-aguda, levando a morte em dois ou três dias, ou em animais mais resistentes, constituir-se de vários períodos de pico intercalada por melhora aparente. A forma sub-aguda consiste nos animais que sobrevivem à forma aguda e que passam a apresentar crises periódicas da doença, com dias ou semanas de intervalo, e, conseqüentemente acaba comprometendo o sistema cardiovascular e respiratório.

Na maioria dos casos, a morte sobrevem depois de semanas ou meses. A morte crônica nem sempre é de diagnóstico evidente. O animal que a apresenta tem os mesmos sintomas de outras doenças; emagrecimento discreto, fraqueza, pouca resistência para o trabalho. Podendo sobreviver por muitos anos. E a forma latente caracteriza os “portadores assintomáticos”, tendo ou não passado pelos estágios anteriores da doença, mas com poder de contaminação e propagação da doença.

Levando-se em conta esses fatores, fica mais fácil entender a observância das regras do Ministério da Agricultura (sacrificar animais com exame positivo), por mais penoso que possa ser em casos individuais, é preciso que se pense na saúde de um rebanho como um todo.

O vírus da AIE tem distribuição mundial especialmente em regiões úmidas e pantanosas onde

vírus da AIE tem distribuição mundial especialmente em regiões úmidas e pantanosas onde existe uma grande quantidade de vetores. Uma vez que a doença acomete somente membros da família dos equídeos, o animal infectado é o único reservatório da doença. No Brasil, estima-se que no Pantanal a prevalência chega a 40% (SANTOS E CORREIA, 2007).

Segundo Cicco em (2007), os estudos iniciais desta doença foram realizados na França em 1843; em 1859 foi constatado pelo pesquisador Anginiard o caráter contagioso da doença, sendo que a primeira demonstração de doença virótica foi feita em 1904/1907. No Brasil, a primeira descrição desta doença verificou-se em 1968, por Guerreiro e col. Os animais ficam suscetíveis à enfermidade quando têm resistência orgânica diminuída por um trabalho excessivo, calor intenso, alimentação inadequada e infestação por vermes. A doença tende a apresentar-se sob forma enzoótica em fazendas ou áreas, não havendo disseminação fácil e rápida, nunca se observando, segundo Scott, contágio de animal para animal.